Você
está cansado de usar seu perfil real nas redes sociais ou sempre teve
vontade de ser outra pessoa na internet? Se a sua resposta for positiva,
então é hora de criar um
perfil fake.
É importante ter em mente, entretanto, que a criação de um perfil
falso envolve muito mais do que apenas vontade ou conhecimentos sobre a
rede social que você deseja frequentar. São métodos detalhados, que
exigem paciência e criatividade por parte do usuário, para que o
objetivo de
nunca ser descoberto seja cumprido sem muito esforço.
E você não está sozinho nessa jornada:
enquanto isso não é crime,
o Tecmundo ensina um passo a passo completo para criar uma conta fake
tão real quanto o seu próprio perfil, da criação à manutenção do usuário
imaginário.
1. O pontapé inicial
“Mas eu estou satisfeito com o meu perfil real, então por que iria
querer criar um fake?”. Essa é uma questão frequente entre quem nunca
experimentou ser outra pessoa na rede. Criar uma conta falsa pode
envolver diversos motivos e situações, desde o simples divertimento até
objetivos mais sérios.
Há quem ache a internet um lugar perigoso demais para mostrar a
verdadeira identidade. Seja por medo ou simples timidez, não é raro
encontrar quem deseje manter a privacidade na rede. Mesmo assim, não há
necessidade de ficar totalmente desligado dela. E é aí que o fake entra.
Outro motivo é bem mais simples: a curiosidade. Acompanhar o perfil
daquela pessoa em que você está interessada ou fuçar aquela usuária que
fica papeando com seu namorado sem ter medo de ser identificada, por
exemplo. Com o fake, é possível fazer tudo isso mesmo que a rede social
tenha um mecanismo de identificação de visitas, como o Orkut.
Por último, há quem queira apenas dar umas boas risadas. Uma conta de
um sujeito inexistente é o modo ideal para fazer comentários polêmicos
ou engraçados e semear a discórdia nas redes sociais. Depois de iniciada
a discussão virtual, é só assistir à bagunça de longe.
2. A criação da identidade
Definido o motivo, hora de colocar a mão na massa. Os primeiros
passos são também os mais básicos: definir um nome, um estilo e quais
serão os gostos de seu personagem.
O nome
O nome é uma das primeiras coisas olhadas por quem acessará seu
perfil. Por isso, batizar seu fake é uma tarefa mais importante do que
parece: nada que possa chamar a atenção ou provocar risos por causa de
piadinhas da rede, como um Manolo, por exemplo. Procure uma combinação
comum de nome e sobrenome que não se destaque dos demais contatos.
Todo bom fake também começa com um bom email, mesmo que ele sirva
apenas para o cadastro. Não coloque sequências aleatórias de caracteres
ou logins muito infantis, que possam servir de prova que o email é
apenas uma fachada. Procure utilizar o nome de sua conta falsa, por
exemplo.
Outros dados são por sua conta e risco, pois podem ser averiguados
por contatos insistentes. Tome cuidado ao inserir qual é a cidade
natal, por exemplo, ou seus contatos podem querer pesquisas sobre você
ou até encontrá-lo fora da rede.
As informações
Antes
de começar a digitar qualquer coisa sobre as preferências de seu fake,
pause po um momento e abra o perfil de seus amigos. Estude o estilo de
postagem deles, os interesses, as ações e até o tempo passado online na
rede social. Em sua conta, procure imitá-los e seja tão espontâneo
quanto eles.
Agora comece a preencher sua própria página. Escolha um estilo de
vida, seja algo mais descontraído ou discreto. Nos itens sobre
preferências, bole músicas, filmes e livros favoritos, mas tenha um
conhecimento mínimo sobre eles para poder falar sobre o assunto quando
algum contato o questionar.
Mostre também que você não fica apenas em uma só atividade na rede
social: clique em “Curtir” na página de alguns assuntos de que você
goste no Facebook e adicione um conjunto de comunidades no Orkut para
ajudar a formar ainda mais a personalidade do fake.
3. Em busca da foto perfeita
Tão importante quanto todas as informações contidas no perfil é a
foto, o item que mais se destaca em uma página. Tenha em mente uma lista
de restrições: evite desenhos ou ilustrações e não seja uma celebridade
que volta e meia aparece na capa das revistas.
Escolha com cuidado
Bancos de dados para pesquisa de imagens ou as próprias redes
sociais, por exemplo, concentram uma infinidade de fotos para seleção.
Montagens também são válidas, desde que feitas com qualidade. Para isso, programas como o
Photoshop e o
The GIMP,
por exemplo, auxiliam na edição e tratamento do arquivo. Ainda assim,
tome cuidado e utilize esses retratos por sua própria conta e risco.
Não seja uma beldade
Você deve ter o máximo de cuidado ao escolher a aparência da foto de
perfil do seu fake. Se o seu desejo é passar despercebido, sem chamar
tanta atenção, busque uma beleza padrão e evite exageros. O personagem
não pode ser uma pessoa descuidada, mas também evite supermodelos.
Mesmo que seu sonho seja ser o Gianecchini, evite personificá-lo na conta. (Fonte da imagem: Divulgação / Rede Globo)
Atente às roupas, que não podem ser tão extravagantes, mas devem
estar lá (portanto, nada de sungas ou biquínis!). A produção da foto
também é essencial: procure algo natural e cotidiano, passando longe de
retratos tirados profissionalmente, como ensaios em estúdio, por
exemplo.
No meio da galera
A foto do perfil não pode ser a única de seu álbum. Busque fotos em
grupo, para que fique claro que você é real e sai de casa para se
encontrar com amigos, em vez de passar o dia em casa postando em redes
sociais.
Quanto
mais natural seu personagem for, melhor. Procure bolar uma rotina, como
ter um emprego ou um estudo e, se possível, poste até fotos desses
locais. Cuide apenas para não criar uma história complexa demais.
Uma ideia bastante interessante é utilizar recursos como as marcações
de fotos nas redes sociais, que permitem a criação e a interação entre
álbuns de fotos. É possível marcar até mais de uma pessoa, para criar
uma situação falsa em que você e outros colegas virtuais estariam
presentes.
Mesmo que seja no meio de uma multidão, marque alguma pessoa
aleatória. Selecione alguém que não apareça nitidamente ou esteja
borrado e diga que é você. Ao menos que alguém envolvido no retrato
discorde, ninguém tem provas para desconfiar.
4. A interação na rede
Agora sua conta fake está criada e montada, pronta para conviver com
outros usuários nas redes sociais! Se você tomou todos os cuidados, ela
não estará muito diferente do seu perfil, por exemplo, mesmo que faltem
algumas informações.
Ainda assim, não se descuide por achar que seu perfil já está
cuidadoso o suficiente. Agora vem a prova final: a interação com gente
de verdade.
Saindo da caverna
Não adianta só criar o perfil perfeito se ele não interagir com
pessoas de verdade. Postagens em tópicos, em seu perfil ou no de seus
contatos são itens essenciais para mostrar sua autenticidade. Comente
vídeos que acabaram de sair na internet e diga o que achou de fotos
adicionadas recentemente por seus amigos, por exemplo.
Ainda assim, tome cuidado: essas postagens devem ser feitas em
frequência moderada, sem encher a tela dos seus contatos, mas mostrando
atividade.
Não assassine o português
O cuidado aqui é o mesmo que deve existir com seu perfil real: nas
redes sociais, é exigido um português compreensível, no mínimo. Sua
autenticidade pode ser posta em dúvida caso você cometa erros absurdos
demais, por exemplo.
O ideal, novamente, é “estudar” a escrita de alguns usuários. Homens e
mulheres, mais jovens ou mais velhos, têm estilos diferentes de digitar
mensagens. Elas podem ter um tom mais sério ou incluir emoticons, por
exemplo. Crie esse estilo de maneira sutil, sem exageros ou
estereótipos.
Quer ser meu amigo?
Perfis com nenhum contato, ou com poucas pessoas adicionadas,
facilmente podem ser taxadas de fakes. Por isso, trabalhe arduamente
para criar uma rede de amigos virtuais, que não precisam saber quem você
é.
Existem vários perfis em todas as redes sociais que nem
ligam para quem é o contato e o adicionam quase que automaticamente.
Procure essas pessoas para iniciar uma lista de contatos e, repetindo o
passo da criação de identidade, evite ao máximo adicionar outros fakes e
busque usuários que não despertem muita atenção.
Com essas pessoas, a interação também deve ser cuidadosa. Vá além do
“Oi, tudo bem?” e procure assuntos para discussão, mas não detalhe sua
vida pessoal, por exemplo. A desconfiança começa se você der informações
imprecisas ou contraditórias, portanto prefira apenas papos leves e
cotidianos.
Nas comunidades ou listas de discussão, não há dicas especiais, pois é
aí que entra a personalidade e o motivo de existência do seu fake. Faça
piadinhas, inicie discussões ou apenas interaja naturalmente, cuidando
sempre para não exagerar.
Não pare
Seu perfil não pode morrer do nada. Mantenha-o atualizado,
adicionando fotos e curtindo um filme que você teria visto no cinema,
por exemplo. Faça comentários sobre temas atuais, como futebol, política
ou até o clima da cidade.
A personalidade também não pode mudar: você é como um personagem de
filme, com um estilo que deve ser mantido durante todo o tempo. Se você
deseja parar de utilizar o perfil, apague-o, pois a inatividade pode
levantar mais suspeitas.
...
Não ache que é tão fácil gerenciar um fake.
Com os poderes do perfil, vêm também grandes responsabilidades.
Atualizações constantes podem gastar um pouco do seu tempo. Além disso,
você deve tomar vários cuidados, não indo longe demais com o personagem,
por exemplo, ou não pegando fotos inapropriadas.
Agora que você sabe como criar a conta
perfeita, faça o teste! Crie um perfil e veja se você foi convincente ao
montar uma identidade falsa. Se você já tinha um fake, relate qual sua
história com ele, se as dicas surtiram efeito e se ele ainda está
escondido dos outros. Até a próxima!